Tua alma foi partindo em despedida

Tua alma foi partindo em despedida,

a chuva e o trovão te condenando,

a maré, que revolta, te abraçando,

fez trágico o destino teu em vida.

Tua sina, em silêncio sucumbida,

fez com que o mar revolto, te levando,

fosse a última casa, em vida estando;

e ao vate foste a morte mais dorida!

Se acaso, Dinamene, recebeste

Camões no etéreo assento onde subiste,

feliz estou por ti e o teu amante.

Mas se o tal Paraíso não existe,

e nem estás co o Grande Rei celeste,

então durma em silêncio, o mais constante.

(Soneto 2, Sonetos)

Alexandre Ziani de Borba
Enviado por Alexandre Ziani de Borba em 26/06/2013
Reeditado em 03/05/2023
Código do texto: T4359804
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