O PASSAPORTE

Nasci aqui no mundo tão cruel,

Andei pelos caminhos sempre à toa,

Depois cresci, e fiz-me na pessoa

Que no amor procurou o doce mel.

A vida transformei-a num papel,

Que navegou sozinho na canoa

Do tempo e da paixão, e a alma boa

Foi obrigada a andar num carrocel.

Mas coisas lindas nesta vida vi,

Que foram um fator de muita sorte

Durante o suave tempo que vivi.

E agora anseio só o passaporte

Do paraíso, já que estou aqui

Esperando somente pela morte.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 22/03/2015
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