AS TARDES NO ALPENDRE

O silêncio derradeiro que repousa nesta tarde
Me faz recordar o velho alpendre de madeira
Das cantigas de mamãe e da tia costureira
Ela entretida com os retalhos da bondade

Lembro do vestido de chita e o lindo sorriso  
Em sua mente arquitetava cada remendo
E na cadeira de cedro ela seguia fazendo
Cada tapete pronto era para ela o paraíso

Eu apenas um menino levado e observador
Ah! Saudade, quantos prismas você tem?
Você é a maior prova de existência do amor
 
Que nos invade até pegarmos o último trem
Quero tanto a imortalidade de um sonhador
Pra saborear a vida nos braços do meu bem!