O mar da minha solidão madrasta

A mágoa cobre a imensa água feia

Durante o tempo já distante e frio,

E o sal desfeito pelo mal da ideia

Escrava da palavra de arrepio,

Que ofusca a luz da brusca e vã sereia,

Somente acesa e ilesa por um fio

De história na memória que escasseia

De um sonho tão medonho em desafio.

O meu olhar sustenta o ar escuro

Entre a paisagem desta imagem gasta

Na calma da alma sã que já procuro...

Um mundo negro e fundo só me basta

Para entender o meu sofrer de duro

Viver na solidão então madrasta!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 07/03/2016
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