O FUNERAL

Dentro do meu caixão carrego o sonho

Que não pude vivê-lo nesta vida,

Duma felicidade já proibida

Que me deixou o olhar tão enfadonho.

De tanto amar assim não me envergonho,

Na colossal paixão em mim nascida,

Do meu enorme coração suicida

Que em inúmeros versos vãos componho.

A vida é assim! O tempo já passou

E tudo de melhor em mim levou,

A arrepiante partida da esperança.

Chorou o vento, o sol ficou sem brilho,

A água parou e a terra mais um filho

Levou à morte, que jamais se cansa.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 02/12/2016
Reeditado em 11/01/2017
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