Os meus eternos desalentos

Tenho sonhos que já não posso realizá-los,

E para mais ficar desagradado e triste,

Ainda levo mais uns quantos bons estalos

Do pesaroso amor que em mim sempre persiste.

Tenho sonhos que já não posso perdoá-los,

Pois são como um atroz pesadelo que insiste

Em me apertar o corpo e a mente e até os calos,

Na imensa e dura dor que de mim não desiste.

Que pesaroso amor dos tristes meus lamentos,

De minha alma agoniada em lágrimas tão secas

Como o choro do vento ardente no verão.

De nada servem meus imensos pensamentos,

Pois eles são iguais por lavar às cuecas,

Tal como são as más dores do coração.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 16/01/2017
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