AFÃ DA JUVENTUDE

Foi-se o tempo dos gestos impensados

Sob a força e afã da juventude

Hoje trago os ímpetos adestrados

E sopeso os atos amiúde

Já não giram mil sóis abobalhados

No dilema escolho a concretude

Desconheço, às vezes, esses estados

Porque insta em mim similitude

Desse tempo tão leve, irresponsável,

De calçadas, teatros, carnavais

De cinema, de porre censurável

De discursos simplórios, coloquiais

E de tese mais densa, inexorável

De cordéis, de cirandas, festivais...