Complacência

Quem me dera... ser a aroeira

que verga ao sabor do vento

posterga ao relógio do tempo

com fama de boa madeira.

Quem me dera, ter o talento

do junco na corredeira,

bailando pela vida inteira

num tratado de consentimento.

Não queria ser a pedra dura,

prepotente... enfrenta a goteira,

até que a água mole lhe fura.

Nem ser o aço da talhadeira,

que pela dureza da têmpera pura

lasca-se na batida primeira.

Seu Jorge
Enviado por Seu Jorge em 22/02/2008
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