EU E VOCÊ NO QUADRO

No rosto, trilhas íntimas deixadas
soltas aos tons do vento, e cheiros vivos
do passado - sou menos do que sinto,
vou menos do que vôo, mas não paro ...

 

Na pintura, são seus sonhos que encontram
minha voz; na distância, são as viagens
que não bastam - percebo as impressões
do quadro, mas não os traços e a moldura.

 

Monet vem, cofiando a longa barba,
e se perde na névoa de um atalho
- impossível seguir aquele brilho ...

 

E quando, enfim, me vejo novamente
fora do quadro, noto que você
ficou presa ao delírio - virou bruma ...

 

Parte do livro Banco de Talentos 2007, publicado pela FEBRABAN

 

 

Parte da coletânea
Alguns sonetos que fiz por aí...

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