O CONFLITO NA FICÇÃO

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"Ninguém é escritor por haver decidido dizer certas coisas, mas por haver decidido dizê-las de determinado modo." (Jean-Paul Sartre)

 

A característica mais importante da prosa ficcional é o drama.  No âmbito da prosa, drama, dramático, deve ser entendido como conflito ou ação conflituosa. O conflito é, portanto, o elemento central de um enredo. Se não há conflito, não há drama e nem história. E mesmo que houvesse uma história, sem conflito, sem drama, não despertaria interesse nenhum.

O conflito nasce quando se dá o choque entre duas ou mais personagens, ou de uma personagem com suas ambições e desejos contraditórios. No primeiro caso, esse choque se dá pelas mais variadas questões, sendo mais recorrentes as de caráter familiar, social, ou política. No segundo, se dá pelo contato da personagem com o seu mundo íntimo e espiritual; conflitos esses chamados de psicológicos e transcendentais.

A solução de um conflito depende das circunstâncias que o iniciaram. Entretanto, na dramaturgia e na ficção pós-moderna, explora-se muito a situação sem saída, o conflito nunca resolvido, ou apenas subentendido ou sugerido. Caso em que compete ao espectador ou ao leitor tirar as conclusões que os levem à solução.

Os primeiros conflitos registrados na literatura podem ser encontrados em Ilíada e Odisseia — são confrontos entre o homem e a natureza, entre o homem e os deuses, entre o herói e seus inimigos militares - todos esses confrontos são explorados nos poemas épicos de Homero.

De modo geral, podemos dizer que os conflitos envolvendo os protagonistas da ficção se estruturam de três modos:

1º. Conflito do protagonista com outro personagem: o mais tradicional exemplo deste modo de conflito está nas histórias de mocinho e bandido, de herói e vilão.

2º. Conflito do protagonista com um grupo de personagens: um bom exemplo deste caso é aquele investigador que combate sozinho ou com pouca ajuda, a máfia das drogas, crimes cometidos por gangues, etc.

Conflito do protagonista com ele mesmo: é o caso das narrativas de forte apelo psicológico, em que o personagem principal vive, com suas ambições e desejos contraditórios, um drama interior. ®Sérgio

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Ajudou na elaboração deste texto: Peacock, Ronald. Formas da literatura dramática. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário.

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