Resumo esquemático: A Construção do Livro

CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Departamento de Linguagem e Tecnologia – Graduação em Letras

Disciplina: Estudos Introdutórios de Edição – 2º. Período

Professor: Rogério Barbosa

Aluno: Luís Antônio Matias Soares

Livro: A Construção do livro, de Emanuel Araújo, Editora UNESP, 2ª. Edição, São Paulo, 2008

Esquema-resumo do capítulo 2 (páginas 55 a 141), “Normalização Geral do Texto”

• Introdução

- O objetivo de se estabelecer uma normalização geral dos textos é a facilitação da leitura pelo leitor, bem como a apresentação da obra em formato agradável e a eliminação das variantes de um texto, publicando-se edições fidedignas.

- O editor de texto foi definido como um normalizador de originais, conferindo uniformidade global ao texto através de padrões formadores, conformadores e informadores do mesmo.

- Surge a principal questão: quais são os limites do editor para efetuar modificações no texto fornecido pelo autor? Aqui entram questões como: a recriação da linguagem e a criação de palavras pelo autor, sua própria visão de mundo que tem influências sobre a realização formal da obra, enfim, as quebras e as fissuras do texto literário.

- As modificações do editor sobre a obra literária (principalmente) devem se estender ao ponto de não serem jamais notadas pelo leitor, de não se colocarem impeditivas da comunicação entre o autor e o leitor.

- Não há como elaborar um manual normativo único. Cada obra ou tipo de obra vai requerer sua própria normalização que busque resolver os problemas concretos que vierem a surgir durante a sua criação impressa.

• O Editor e o texto

- Original: qualquer manuscrito ou texto reproduzido mecânica ou digitalmente (datilografado, em arquivo eletrônico etc.) destinado à composição tipográfica e que servirá de texto base para a produção do livro.

- Pré-original: texto que vem antes do arquivo destinado à composição tipográfica. Texto manuscrito, com rascunhos, fragmentos, anotações, planos do autor. É muitas vezes utilizado nas edições críticas para a correção do texto, podendo também funcionar por si mesmo como um texto histórico de um autor, passando de um texto pré-original a um texto original.

- Segundo estado anterior ao original: é a versão imediatamente anterior ao original que será utilizado na criação impressa. O autor publica uma primeira versão de seu texto em poucos exemplares e o distribui aos seus pares para análises críticas e o recolhimento de sugestões, o que possivelmente provocará algumas ou muitas alterações no texto.

- Atualmente, em decorrência da tecnologia digital ou eletrônica, inexistem originais no sentido tradicional do termo.

- Ao receber um original (manuscrito ou digitado), a primeira tarefa do editor será colocar o texto dentro da normalização literária, dando ao conjunto da obra uma coerência interna, dando unidade ao trabalho.

• A questão do estilo

- Clareza e precisão de ideias: a correção gramatical não é tudo.

- O trabalho do editor sobre o original não pode alterar muito o “estilo” do autor. Deve-se observar como o autor dispõe a estrutura de suas orações, seu ritmo, sua fluência, o estilo pessoal do autor.

- A liberdade do editor consiste em tornar o texto o mais claro e comunicativo em relação ao leitor. Isso se torna bem mais complexo quando o editor lida com um texto literário, onde o autor muitas vezes procede a alterações linguísticas, fonéticas, frasais etc. Nesses casos o texto deve ser respeitado pelo editor tal qual foi criado.

- Para solucionar parte desses problemas editoriais, deve-se buscar uma boa relação comunicativa entre o editor e o autor para que se façam com sucesso as modificações no texto.

- Já nos textos didáticos ou científicos a intrusão do editor no estilo do autor não deve ocasionar maiores problemas. Nestes, a função é informar e o texto original deve sofrer alterações que lhe tirem as dubiedades, erros, etc.

• Definição dos editores acerca dos discursos direto, indireto e indireto livre

- Discurso direto

O autor repete (muitas vezes colocando as palavras dentro de aspas ou utilizando-se do recurso do travessão) a própria fala da personagem.

Não se devem utilizar conjuntamente aspas e travessão nem misturá-las dentro de um mesmo diálogo.

Não se deve cercar a oração do verbo dicendi (verbo que dá a conhecer ao leitor a expressão do personagem: dizer, revelar, afirmar, exclamar, bradar etc.) com vírgulas, mas com a utilização de travessão.

- Discurso indireto

O autor reproduz a declaração das personagens por sua própria conta, transmitindo o conteúdo objetivo da fala e não sua forma linguística.

Mudança da primeira pessoa gramatical para a terceira pessoa.

Utilização do conectivo “que”: Napoleão disse aos seus soldados QUE alto daquelas pirâmides quarenta séculos os contemplava.

O discurso direto evita a monotonia e a confusão de diálogos sucessivos

- Discurso indireto livre ou indireto aparente

O autor reproduz por sua conta sentimentos e reflexões dos personagens em orações independentes introduzidas no discurso indireto e sem utilização dos verbos dicendi ou de qualquer elo subordinativo.

Consegue minimizar a fragmentação ocasionada pelo uso excessivo de diálogos.

Consegue exteriorizar fluxos de consciência das personagens (colocados entre colchetes ou parênteses) expressos concomitantemente ao discurso indireto puro.

• Usos e abusos contra a clareza

- Ainda que não sejam considerados erros gramaticais, certos usos da linguagem podem levar à perda da clareza do texto e o preparado de originais tem que estar atento.

- Substituição do pronome relativo QUE por O QUAL ou A QUAL. Exemplo: conhecemos a obra de Machado de Assis, que todos admiram (a obra ou o autor é admirado?) trocado por O QUAL (o autor) ou A QUAL (a obra).

- Ambiguidade do sujeito. Exemplo: derrotaram os brasileiros os holandeses (quem derrotou quem?) pode ser corrigido pela simples antecipação do sujeito ao verbo. Os brasileiros derrotaram os holandeses.

- Partícula possessiva da terceira pessoa: seu, sua. Muitas vezes esta partícula pode se referir a qualquer elemento da frase, o que dificulta o seu entendimento e a clareza. Exemplo: o estilo de certos autores evidencia a sua confusão (confusão do estilo ou do autor?). Deve-se excluir o possessivo no primeiro caso ou alterar a sua posição no segundo.

- Utilização errada da regência dos verbos: boas máquinas na tipografia implicam boa impressão de livros no lugar de boas máquinas na tipografia implicam EM boa impressão de livros.

• Vocabulário

- A palavra isolada só existe na criação literária, particularmente na poesia. No texto corrente, o vocábulo deve revelar um sentido preciso, claro, objetivo em relação aos demais elementos do discurso.

- Deve-se evitar-se e corrigir-se a repetição de palavras nas frases.

- Deve-se corrigir a consonância aliterada bastante desagradável de fonemas semelhantes (a pedra bateu no poste), cacófatos (por cada, ela tinha, da nação), ecos (a falta de proteína origina carência alimentar), incorreção semântica (estágio por estádio, ótica por óptica).

- Mais difícil e mais delicado é decidir sobre o uso de estrangeirismos, neologismos e simples modismos. Em relação aos estrangeirismos há alguns vocábulos que já se incorporaram ao português (líder, futebol, esporte, vagão, fetiche, paletó, sofá, lasanha, confete, palhaço).

• A frase: técnica do período curto

- As frases são compostas por sujeito e predicado e devem apresentar um sentido completo.

- Uma série verbal (tomar a decisão de) pode ser substituída por um verbo simples (decidir).

- Articulação de período resultando em longa sucessão de orações. Deve-se lembrar de que existem partículas para coordenar um período com outro, como: além disso, todavia, com efeito, e para subordinar uma oração secundária à principal (que, embora, onde, quando etc.), ocasionando ideias em bloco e uma frase lenta, sinuosa e cansativa. Deve-se nesse caso fazer uso de períodos curtos, que não cansam nem tornam obscura a ideia que se quer transmitir.

• O parágrafo

- O parágrafo, longo ou curto, deve apresentar uma ideia central a que se juntam as ideias secundarias, apresentando início e fim, sempre de modo objetivo.

• Maiúsculas

- Realce gráfico da maiúscula.

- Antropônimos e locativos: nomes e sobrenomes, cognomes (Henrique, o Navegador), alcunhas (Trinca-Fortes) e hipocorísticos (Chico), antonomásticos (Marechal de Ferro), pseudônimo (João do Rio), nomes dinásticos (os Bragança).

- Topônimos: Rio de Janeiro, Zona da Mata, mar Morto, trópico de Câncer, península Ibérica (inicial minúscula no substantivo que designa a espécie: península), praça da República, rua Direita, Nordeste.

- Intitulativos: Faculdade de Direito, Lojas Pernambucanas, Partido Republicano, Poder Legislativo, Senado, Senado Federal.

- Forças armadas: Marinha, Comando Militar do Nordeste.

- Períodos e episódios históricos: Antiguidade, Idade Média, Guerra do Paraguai, Revolução de 30.

- Coisas singulares ou objetos de culto ou valia: o diamante Cruzeiro do Sul.

- Festividades ou comemorações cívicas, religiosas e tradicionais: Sete de Setembro, Natal, Quaresma, Carnaval, Dia do Trabalho.

• Minúsculas

- Cargos e títulos nobiliárquicos (rei, duque, barão) dignitários (cavaleiro, mestre), axiônimos correntes (você, senhor, seu, dona, sinhá), culturais (reitor, bacharel), profissionais (desembargador, ministro, deputado, presidente), eclesiástico (padre, frei, irmão), hagionímicos (são, santo, beato).

- Intitulativos gerais de nomes de artes, ciências ou disciplinas (música, pintura, história, sociologia), de doutrinas, religiões, correntes e escolas de pensamento (positivismo, romantismo, catolicismo), nomes gentílicos, de povos e grupos étnicos (paulistas, iorubás, franceses, povo judeu), grupos ou movimentos políticos (jacobinos, sovietes, udenistas), grupos ou movimentos religiosos (espíritas, umbandistas, protestantes), pontos cardeais quando designa direção, limite ou situação geográfica (limita-se ao norte, ao sul do estado), documentos públicos (alvarás, foral, portaria, ato, artigo, parágrafo, alínea, inciso, lei), nomes de prédios (palácio do Catete, catedral Metropolitana, igreja da Candelária, castelo de Versalhes), unidades político-administrativas (capitania, estado, município, distrito).

- Os nomes de origem indígena e africana que chiam passam a ser grafados com X (Xique-Xique, Xuí), a letra K é substituída pelo grupo QU antes de E e I e por C antes de qualquer outra letra (Guaraqueçaba), o grupo SS é substituído por C (Moçoro, Açu), os grupos GE, GI são grafados com J e não com G (Bajé, Cotejipe).

- O caso dos topônimos e antropônimos é facultativo quando a grafia for diferente do padrão atual ortográfico (Editora José Olympio, Wanderley no lugar de Vanderlei, Walter no lugar de Valter).

- As letras consonânticas dobradas sofrem simplificação, exceto RR e SS (Melo e não Mello, Ivone e não Ivonne).

- O grupo vocálico AE é substituído por AI (Novais e não Novaes, Pais e não Paes).

- As letras C, G e P mudas antes de consoante sã eliminadas (Vitor e não Victor, Inácio e não Ignácio, Batista e não Baptista).

- O dígrafo helenizante CH com o som de K é substituído por C ou QU (Raquel e não Rachel).

- O grupo vocálico EA é substituído por EIA (Correia e não Corrêa, Oseias e não Oseas).

- A letra H depois de consoante é eliminada, exceto nos dígrafos CH, LH e NH (Ataíde e não Athaíde).

- Elimina-se o H intervocálico (Abraão e não Abrahão).

- A letra O pretônica é substituída por U em certas grafias: Muniz e não Moniz, Aluísio e não Aloísio, Manuel e não Manoel.

- A letra S inicial seguida de consoante é substituída pelo grupo ES: Espinosa e não Spinosa, Estênio e não Stênio.

- O dígrafo helenizante TH é substituído por T: Temístocles e não Themístocles.

- A letra W é substituída por V: Vander e não Wander.

- A letra Y é substituída por I: Maia e não Maya, Cibele e não Cybele.

- A letra Z é substituída por S: Sousa e não Souza, Brás e não Braz.

- Em certas ortografias arcaizantes ou propositais podem figurar figuras como: Qorpo Santo, Alphonsus de Guimaraens, Theatro Municipal.

• Substantivos comuns: formas optativas

- Fleuma e fleugma, sapê e sapé, varrer e barrer, hidroelétrica e hidrelétrica, tireoide e tiroide, radioativo e radiativo.

- O preparador de originais deve ter o cuidado de usar a mesma forma numa obra, caso seja necessário repeti-la em momentos distintos.

• Divisão silábica

- O editor de textos deve levar em conta tanto os aspectos da correção ortográfica quanto o aspecto visual do texto, com o objetivo de facilitar a leitura.

- Não se deve separar a primeira sílaba de palavra no caso de vogal ou de ditongo.

- Não separar grupo vocálico no meio de sílaba: a-pre-en-der, especi-almente.

- Ao separar palavra composta, o ideal é que isso ocorra na quebra do primeiro elemento: livre-/pensador e não livre-pen-sador.

- A leitura fica dificultosa na separação de dissílabas: ca-sa.

- Evitar separações quando ocorre aliteração: cai-xa chata, ba-gre grande.

- Não se separam siglas: IN-PS.

• Numerais

- Como regra geral devem ser escritos com algarismos arábicos, mas por extenso nos seguintes casos: de zero a nove (oito livros, cinco mil), as dezenas redondas (trinta, vinte mil), as centenas redondas (quatrocentos mil, trezentos milhões).

- Usam-se palavras se não houver números nas ordens ou classes inferiores: 13 mil e não 13 mil e setecentos.

- As classes separam-se por pontos, exceto no caso de anos: 1.750 páginas, ano de 1750.

- Um parágrafo não deve começar com algarismos arábicos ou romanos. Ou se prepara o texto de modo a deslocar o algarismo ou se usa o número por extenso: seiscentas pessoas assistiram ao filme.

- Frações: sempre indicadas por algarismos, exceto quando ambos os elementos se situam de um a dez: dois terços, um quarto, 2/12. As frações decimais são escritas com algarismos e a separação entre as partes inteira e decimal se dá com uma vírgula: 1,32. O número decimal jamais deve ser partido no final de uma linha.

- Percentagens: são indicadas por algarismos, sucedidos do símbolo próprio (5%). O símbolo fica junto ao algarismo.

- Ordinais: são escritos por extenso de primeiro a décimo e os demais de forma numérica: terceiro, oitavo, 11º.

- Datas: quando indicados de forma completa, o dia deve constar em algarismos, o mês por extenso e o ano em algarismos ou indicando-se numericamente o mês com todos os elementos separados por barras ou pontos: 13/12/1992, 13.02.1992.

- Datas: quando indicados apenas o mês e o ano, o primeiro se escreve por extenso e o segundo em algarismos: maio de 1937. Os anos devem ser indicados com todos os números: 1980 e não 80. A referência a décadas deve ser indicada com a palavra década ou decênio: a década de 1950 ou o decênio de 1930, evitando-se expressões como os “anos 30” ou a “década de 60”.

- Horários: são indicados com algarismos com a identificação das frações de tempo com os símbolos h, min e s, como 9h, 10h 15min, 13h 30 min 57s. Quando as horas forem aproximadas: pouco depois das cinco horas, às nove e meia da manhã.

- Quantias: se escrevem por extenso de um a 10 (quatro reais, sete mil dólares) e com algarismos daí por diante (11 reais, 235 mil dólares). Quando ocorrem frações (centavos), registra-se a quantia apenas de forma numérica acompanhada do respectivo símbolo (R$1.737,45).

- Algarismos romanos: devem ser usados com muito cuidado. Ocupam espaço excessivo na página (MCMMXXXVIII). São utilizados para representar os séculos (século XIX ou, numa tendência mais moderna, século 19), para designar reis, imperadores, papas (Filipe IV, papa João XXIII), em denominações oficiais de instituições, empresas e conclaves, para designar as dinastias reais (II dinastia), na paginação de prefácio, podendo comparecer às vezes em minúsculas (i, ii, iii, iv).

- Os algarismos romanos não devem ser usados em nomes de acontecimentos históricos (Segunda Guerra Mundial, Terceira República).

• Reduções

- O princípio das reduções, da abreviatura, está baseado em signos pictográficos que reproduzem sons e, em consequência, sílabas e palavras. No Egito o desenho de um pato indicava um som específico, SA, que significava pato ou filho.

- A letra hebraica ALEPH, boi, deu nome ao signo correspondente derivado de um pictograma que representava a cabeça de um boi e sua evolução resultou na criação da letra ALPHA (o A latino) no sistema de notação grego, que representa a cabeça invertida de um boi.

- Os sistemas de abreviação basearam-se na combinação de abreviaturas de palavras ou de finais de palavras com a escrita corrente ou no estabelecimento de um siglário.

- Em latim registrava-se: M por Marcus, COS por cônsul, FF por Filii.

• Abreviaturas

- Dividem-se em circunstanciais e tradicionais: as circunstanciais variam de obra para obra, conforme o conteúdo. Em dicionários, por exemplo, temos SING. (singular), FLEX. (flexão). A palavra abreviada deve aparecer com frequência na obra.

• Siglas

- São as reduções literais baseadas nas letras iniciais de cada um dos vocábulos do intitulativo a que se referem: UFC é Universidade Federal do Ceará.

- Siglema: quando adota as formas do idioma em que se originou, utilizando rigidamente as letras iniciais do intitulativo: Incra para Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

- Sigloide: é um siglema aparente no qual se toma as letras iniciais do intitulativo com a interposição de vogal ou aproveitamento de mais uma letra para que se forme a sílaba: CEMIG para Centrais Elétricas de Minas Gerais.

- Siglônimo: formação resultante da combinação do nome das letras iniciais de uma abreviatura siglar: becegê de BCG (derivado da vacina de “bacilo Calmette-Guérin”).

- A forma siglar deve ser mencionada por extenso em seu primeiro emprego no texto, seguida entre parênteses da maneira como foi abreviada: Ministério das Relações Exteriores (MRE). A partir da segunda ocorrência no livro bastará o registro da sigla MRE.

• Os Símbolos

- Os símbolos constituem registros fixados por convenção explícita (quase sempre internacional) que toma por base símbolos ou algarismos literais, como: cm, M, kWh ou os elementos químicos Bi, h2o e da rosa quadrante N, NW, E.

- Não se deve usar ponto abreviativo e nem a letra S junto dos símbolos como indicativo de plural no caso da utilização das unidades do sistema métrico decimal.

• O realce: aspas e brancos

- Qualquer citação ou palavra que se pretenda realçar deve vir acompanhada de realce que a caracterize: por aspas, por mudança no corpo do texto ou por brancos interlineares ou marginais ou pela combinação de ambas as formas.

- As citações devem estar enquadradas entre aspas duplas (“.....”) desde que não ultrapasse três ou quatro linhas completas na página.

- As aspas simples (‘....’) são utilizadas para indicar citação no interior de citação: (“... ‘...’ ...”).

- A citação em caracteres não latinos dispensa o aspeamento.

- O realce de palavra ou referência deve ser feito com aspas simples.

- Termos e expressões estrangeiros são realçados através do grifo (itálico).

- Em citações que ultrapassem três linhas completas, deve-se dar um maior espaçamento da margem esquerda da página, além do ponto em que se inicia o parágrafo e brancos interlineares no início e no fim do bloco que contem a citação.

• Citação de versos

- A citação de versos submete-se aos mesmos princípios de normalização da citação em prosa.

- No caso de importar a pontuação ou a métrica original dos versos, deve-se usar a barra obliqua (/) no final de cada um e duas barras (//) para indicar o fim de cada estrofe.

• Notas

- Nota é qualquer observação ou esclarecimento acrescentado ao texto na margem da página, ao pé da página, no final do capítulo, no final da seção ou no final do livro.

• Sistema de remissivas

- Asteriscos repetidos em sequência de acordo com o número de remissões: *, ** ou (***). É utilizado nas notas de rodapé, iniciando-se a sequencia em cada página.

- Adaga (+), dupla adaga, barras duplas (ll), estela (*), positura e outros signos numa sequência preestabelecida de modo a não repetir nenhum deles na mesma página.

- Números arábicos são o sistema mais utilizado, colocado em geral acima da letra, do sinal de pontuação ou entre parênteses (1), num corpo menor que o normal, em sobrelinha. Ou em tamanho normal, no mesmo corpo que o da tipografação do texto.

- Números romanos ou arábicos como remissivas bibliográficas, figurados entre colchetes [I], [IV], [2]. O número de remissão tem que corresponder ao número d lista bibliográfica no final da obra.

- A referencia a página ou aos capítulos indica-se pela separação de vírgula somente na remissão em números romanos, como em [XII, 35], e por dois pontos em números arábicos ou romanos [12:3].

- As remissas em números arábicos podem esgotar uma série na mesma pagina, iniciando-se nova sequência a cada página.

• Sistema de notas

- Constitui um acréscimo ou aditamento ao texto e se apresenta com formas e tamanhos variados. Em coleções, por exemplo, o editor programa determinada combinação de sistema de notas ao qual o autor se subordina.

- Nota de rodapé: sistema mais cômodo para o leitor, pois permiti visualizar o texto e seu aditamento numa mesma página. Não devem ser muito extensas, evitando-se que ultrapassem para a página posterior. Se a nota for muito grande, o editor deve contatar o autor para solucionar a questão: talvez incorporando o aditamento ao próprio texto, transferindo sua localização para o fim do capítulo ou transformando-o em adendo. As notas não devem ultrapassar ¼ da página.

- Notas de fim de capítulo: torna visualmente mais leves as páginas. Recomenda-se esta opção se for muito grande o número das notas.

- Notas de fim de seção ou do livro: este sistema deve ser usado quando se tem notas muito grandes e que tenham certa independência do texto.

- Notas-texto: notas cujo conteúdo não seja indispensável à compreensão do assunto, mas constitui um aprofundamento deste. Diferencia-se do texto principal pela mudança do corpo, dois pontos a menos sem brancos marginais.

- Adendos: podem ser consideradas falsas notas, mas constituem matéria acrescentada ao texto principal para enriquecê-lo, esclarecê-lo etc. Figura como matéria elaborada pelo autor: exposição do estado das questões sobre determinado assunto, pontos de vista oposto aos do autor etc.

- Apêndices: aparecem como matéria abonadora do texto, para elucidá-lo ou documentá-lo. Não constitui propriamente texto do autor: são leis, pequenos glossários, listagens, testemunhos etc.

- Nótulas: não passam de matéria complementar que pode ser feito dentro do próprio texto, entre parênteses ou não.

• Bibliografia

- Livro: autor da publicação, título (e subtítulo se for o caso), informações complementares e tipográficas (tradutor, prefaciador ou introdutor, número da edição) – dispensável no caso da primeira – número de volumes, local da publicação, editora, data da publicação, informações de identificação (número do volume utilizado, números inicial e final das páginas do trabalho coletivo, nome da série ou coleção).

- Artigo de periódico: autor da publicação, título (e subtítulo se for o caso), nome do periódico, local da publicação, número do volume do periódico, número do fascículo, números inicial e final das páginas onde se acha o trabalho, data de publicação.

• Nome do autor

- Devem seguir a ordem alfabética, tal como na organização do índice. Quando a remissão bibliográfica se faz através de algarismos arábicos ou romanos, a sequência é numérica e não alfabética, porém, mesmo aqui o ideal seria a combinação de ambos os sistemas.

- Entrada pelo sobrenome do autor ou pelo nome desde que seja respeitada a ordem do sobrenome.

- Grafia atualizada dos nomes, evitando-se arcaísmos. Os nomes estrangeiros não podem ser aportuguesados.

- Nos sobrenomes compostos as preposições DE e DO, assim como a conjunção E, vem pospostas; Alencar, José de.

- Sobrenomes com apostos de ligação familiar consanguínea: Filho, Júnior, Sobrinho, Neto (Prado Júnior, Caio).

- Sobrenomes ligados por hífen (Duque-Estrada, Osório).

- Sobrenomes que formam uma expressão ou que contem elemento adjetivado (Castelo Branco, Camilo).

- Intitulativo pelo qual o autor é mais conhecido (Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos, barão do).

- Autores estrangeiros na lista bibliográfica devem seguir o padrão da língua do original. Os opostos escoceses MAC, MC, M (filho de) e o irlandês O (neto de, descendente): Mcalmon, Robert e O’Neil, Eugênio.

- Em espanhol: as preposições vêm pospostas: Veja, Garcilaso de La e Cervantes, Miguel de. Se o autor tiver mais de um sobrenome, a entrada se dará a partir do primeiro sobrenome: Garcia Lorca, Federico.

- Italiano: as preposições DE, DEGLI, DEI DE LI vem pospostas em autores que viveram antes do século II (Uberti, Fazio degli), mas antepostas daí em diante (De Sanctis, Gaetano).

- Francês: os artigos LE, LA e a proposição DU comparecem na abertura: Le Corbusier, Chareles Edouard ou Du Bos, Charles. Quando o artigo vem seguido da preposição DE, esta permanece posposta: La Fontaine, Jean de. Quando o nome contem duas preposições DU, só a última se antepõe na abertura: Du Cange, Charles Du Fresne.

- Nos autores belgas as partículas D, DE, DE L, DE LA, DES, DU, L, LA, LE, LES, comparecem sempre na abertura: De Costes, Charles.

- Inglês: as preposições DE, DE LA, de origem francesa comparecem antepostas ao sobrenome: De Quincey, Thomas.

- Alemão: as preposições VON, VOM, VAN (holandesa) podem ser omitidas, mas no caso de seu registro ela vem posposta: Humboldt, Alexander Von ou Beethoven, Ludwig Van.

- Entidades coletivas (órgãos do governo, empresas, congressos) consideradas como autores: a regra geral é adotar o próprio nome da entidade por extenso (Câmara Brasileira do Livro). Se o nome do órgão for genérico, o seu nome será precedido pelo nome do órgão de instancia superior: Universidade de Brasília. Biblioteca Central. No caso de haver duplicidade de nomes de entidades, acrescenta-se após o nome e entre parêntesis a unidade geográfica que indica a jurisdição: Biblioteca Nacional (Brasil) e Biblioteca Nacional (Peru).

- Nos livros colegiados (coletâneas) o registro autoral é feito através do responsável literário, acrescentando-se a indicação correspondente, abreviada, de Ed. (editor, supervisor editorial, editor de texto), org. (organizador), dir. (diretor) ou comp. (compilador).

- No caso de haver dois autores, adota-se o sinal & entre os seus nomes: Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda & Pereira, Manuel da Cunha. Já a NBR 6023:2002 recomenda que um nome seja separado do outro por ponto-e-vírgula: Cunha, Celso; Cintra, Lindley.

- Se forem mais de dois autores, menciona-se o nome do primeiro, seguido da abreviatura et al (et alii = e outros). Esta regra vale também para o registro de mais de dois organizadores, editores, compiladores ou diretores: Kent, Allen et al. (eds).

- O nome da instituição ou o sobrenome que serve de elemento de entrada deve ser grafado com maiúsculas. Uma opção que permite economia de espaço e maior leveza gráfica é o emprego de versal-versalete (versalete: o texto fica todo em maiúsculas mas com tamanho de minúsculas).

• Título

- Elemento básico com que se identifica o livro, o periódico, a parte ou o capítulo, a colaboração em obra coletiva. Subtítulo: um desdobramento do título ou explicação de seu conteúdo.

- O título deve sofrer atualização ortográfica e transliteração (caracteres gregos para latinos).

- Os títulos dos livros escritos antes e depois de 1500 devem ser conservados na língua original. Se houver alguma contradição, adota-se o título mais conhecido na seguinte ordem: em edições modernas, em edições antigas e em cópias manuscritas.

- Obras clássicas ou medievais em latim: utiliza-se o título pelo qual é conhecida em português. Se o título em português não for usual, usa-se o título latino (Arte poética e Divinatio in Caecilium).

- Obras clássicas ou medievais em grego: utiliza-se o título pelo qual é conhecida em português. Se o título em português não for usual, usa-se o título latino pelo qual é conhecida e, em último caso, utiliza-se o título grego de preferência transliterado (Iphigênia em Áulide, Os trabalhos e os dias, Antiquitates Romanae em vez de Romaike Arkhailogia).

- As obras anônimas: usa-se o titulo mais conhecido em português.

- Erro comum nas citações bibliográficas é o excesso de maiúsculas nos títulos. A inicial maiúscula deve aparecer apenas na primeira palavra do título e nos nomes próprios (A mão e a luva, O espírito das leis).

Destaque do título com grifo (itálico) em livros, folhetos ou panfletos, obras musicais, peças de teatro, jornais e revistas.

- Título em redondo destacado com aspas simples: em capítulos ou partes de livro e trabalhos publicados em periódicos ou em obras colegiadas.

• Informações complementares tipográficas

- Informações complementares ao título: nome do tradutor, prefaciador ou introdutor com abreviaturas trad., pref., intr., referências de identificação, o número da edição e de volumes.

- Diferença entre edição, tiragem e impressão: ocorre nova edição quando se faz uma revisão da obra, acrescentando-se ou suprimindo-se qualquer de suas partes ou mexendo-se em sua composição ou diagramação. Indica-se o caráter das alterações de forma abreviada: ampl. (ampliada), rev. (revista), aum. (aumentada).

- Abreviatura de volume (vol.) e tomo (t.).

- O local da publicação deve ser colocado após o título ou as notas complementares, sofrendo atualização se necessário. Aos homônimos de cidades, acrescentam-se dados identificadores (Cambridge, Ing., Cambridge, Mass.).

- Os elementos de identificação do editor comercial podem ser abreviados: Aurora em lugar de Gráfica Editora Aurora Ltda.

- Quando houver dois editores de cidades diferentes, indicam-se na mesma ordem de entrada na folha de rosto, os locais e os dísticos separados por hífen ou barra: Belo Horizonte-São Paulo, Itatiaia-Universidade de São Paulo. Se forem mais editoras registra-se como acima ou opta-se por registrar apenas o primeiro ou o mais importante e conhecido dos editores.

- Nome da editora deve vir logo após o local: Rio de Janeiro: Expressão e Cultura.

- Se a editora não for mencionada, indica-se o estabelecimento impressor e, na falta deste, assinala-se: s. Ed. ([s.n]), recomenda a ABNT.

- O ano da publicação deve ser consignado em algarismos arábicos, mesmo que no livro arrolado conste em algarismos romanos. No caso da obra ter mais de dois volumes publicados em anos diferentes, indica-se apenas os do primeiro e do último. Se o volume utilizado for intermediário, deve-se constar assim: 1960-1964 [vol. 3, 1962].

- Não se sabendo a data da publicação, indica-se: [s.d.].

• Artigos de periódicos

- A normalização para livros, aplica-se em princípio aos artigos de periódicos, com algumas diferenças.

- Título do artigo: segue-se ao nome do autor, do qual é separado por ponto e não é destacado com nenhum tipo de grifo nem aspas. No corpo do texto e nas notas o título do artigo deve figurar entre aspas simples.

- Título do periódico: destacado em grifo.

- Local da publicação: colocado entre vírgulas.

- Número do volume e do fascículo: o volume é figurado em algarismos arábicos, mesmo se no original estiver em romanos, e sofre o destaque do grifo. O fascículo (nome dado às publicações sequenciais que formam o volume de um periódico, nesse caso como sinônimo de número) é indicado entre parênteses em seguida ao volume.

- Páginas: precedidas de dois pontos, após o registro do fascículo, tem de ser indicados seus números inicial e final, ligados por hífen: 65/105.

- Data: indica-se a data de publicação periódica registrando-se o mês (ou meses separados por hífen ou barra) sempre abreviando quando apresentar mais de quatro letras, ou, se for o caso, divisões do ano (trimestre, semestre) ou estações do ano. Devem ser registradas antes do ano de publicação: jan.-mar.1979.

- Nos documentos eletrônicos e virtuais, obedece-se aos mesmos critérios dos documentos no formato de papel, com duas exceções: a) após a indicação da data, inclui-se a rubrica designativa do tipo de suporte (...2000. CD-ROM); b) em materiais da internet, acrescenta-se a informação sobre a localização do sítio, entre colchetes angulares, e a data em que foi feito o acesso. (Disponível em: <HTTP...>. Acesso em: 1 nov. 2007).

• Pontuação: notas e bibliografia

- As notas são observações ou esclarecimentos ligados ao texto, o que implica a indicação de obras, artigos, panfletos, manuscritos etc. que apoiem ou refutem o exposto no texto.

- Se todas as referências bibliográficas distribuídas pelas notas forem arroladas numa lista final, basta indicar o nome do autor, o título e a pagina das notas, reservando-s o aparato de informações complementares e tipográficas para a lista do fim do livro.

- Se as referências bibliográficas distribuídas pelas notas constarem títulos que eventualmente serão arrolados na lista final, convém uniformizá-las para não confundirem o leitor. Recomenda-se que mesmo nas notas se transcreva o aparato de informações complementares e tipográficas tanto das obras citadas nas notas quanto das que serão arroladas também na lista do final do livro.

• Traduções

- Ao preparador de originais não cabe o conhecimento profundo de outras línguas, mas deve pelo menos lê-las bem.

- Deve-se traduzir os nomes de personagens históricos (Luis XIV, Louis XIV ou Maomé, Muhammad), nomes latinos (Márcio, Martius), nomes gregos (Leocádio, LeoKádios), nomes hebraicos (Abraão, Abraham), nomes egípcios (Ramsés, Ramssu). Preservam-se os antropônimos: Willaim Shakespeare e não Guilherme Shakespeare.

- Aceita-se no Brasil a tradução de prenomes de personagens ligados à crônica histórica: João Maurício de Nassau, Johann Mauritius Van Nassau-Siegen).

• Digitação

- Entre a fase manuscrita seguida de muitas versões preliminares (pré-originais) e o original definitivo (digitado) para a publicação, consome-se nos dias de hoje pouco tempo. Os problemas que aturdiam os tipógrafos antigamente (manuscritos mal digitados, acréscimos nos cantos de folhas, supressões de palavras, etc.), forma transferidos para o autor ou o digitador. A tarefa do digitador, nesse sentido, assemelha-se ao dos copistas da Antiguidade e da Idade Média, e podem levar a erros semelhantes.

- Erros de correção: ao encontrar uma forma verbal que lhe pareça estranha, o digitador corrige o original, alterando muitas vezes o sentido da frase ou num efeito de estilo.

- Erros de transposição: lê-se erroneamente uma letra, sílaba ou palavra, transpondo-a de maneira errada da original: os mercedários por os mercenários.

- Erros de omissão: deixa-se de reproduzir uma letra, silaba ou palavra por falta de atenção ou de entendimento.

- Erro de inserção: acrescenta-se uma letra ou palavra ao original: o estilo romântico por o estilo românico.

- Erros de substituição: a entrecasca por a entressaca.

- Confusão de letras: troca de determinadas letras: em vez de Diogo Cão escreve-se Diego Cão.

- Confusão de abreviaturas.

- Os recursos oferecidos pelos programas de processamento de texto ocasionam a possibilidade de novos erros em face de comandos efetuados involuntariamente: eliminação de parágrafos, substituição de fontes, aplicação equivocada de espaços, entrelinhas, deformatação de realces gráficos. Deve-se ter atenção redobrada.

• Apresentação material de originais

- Papel: as laudas devem ser do formato A$ (210 x 297 mm), mas existe quem prefira outros tamanhos. Devem ser impressas na impressora do computador, de um só lado, em tinta preta e duplicadas.

- Margens: na parte superior, até o número da lauda, de dois a 3 cm. Entre o número da lauda e o corpo do texto entre um e 1,5 cm. Na parte inferior, de 3,5 a 4 cm. À esquerda 10 a 12 toques nas máquinas de datilografia e de 2,5 a 3 cm nos computadores ou processadores de texto. À direita seis a oito toques ou 1,5 a 2 cm. No caso de utilização de computadores, o comando de justificação da margem deve ser desativado para facilitar a justificação automática a ser feita quando da editoração eletrônica.

- Parágrafos: na datilografia dão-se de 8 a 10 toques além da margem estabelecida à esquerda. As citações com mais de três linhas devem iniciar-se com 4 a 6 toques além da margem esquerda estabelecida para o parágrafo. Nos processadores de texto assinala-se no lugar apropriado o tamanho do parágrafo em cíceros.

- Linhas e toques: conforme o tamanho do papel e o espaço das margens, a lauda deverá conter uma determinada quantidade uniforme de linhas e número de letras e espaços, de modo a proporcionar um calculo bastante aproximado da relação original/página impressa.

- Entrelinha: os espaços das entrelinhas devem, em principio, ser duplo (espaço dois).

- Numeração das laudas: as laudas devem ser numeradas no ângulo direito superior, a três ou quatro espaços da extremidade da folha e a um ou dois espaços do corpo do texto. Qualquer outra disposição como a numeração no centro das margens superior ou inferior, dificulta a busca de uma determinada lauda. No caso da inserção de folhas, elas levarão o número da imediatamente anterior, seguida de letras em ordem alfabética: 251, 251-a....

- Títulos e subtítulos: devem ser grafados em maiúsculas, grifados, centralizados, deixando clara a sua natureza.

- Marcações gráficas: são os marcadores ou indicadores para a composição tipográfica. Uma linha continua subposta à palavra correspondente ao itálico ou grifo na publicação; uma linha sinuosa subposta à palavra indica o negrito, que pode ser representada pelo sinal do til ~~~; três linhas contínuas subpostas à palavra correspondem ao VERSAL ou caixa alta; duas linhas contínuas subpostas à palavra indicam o versalete, isto é, uma caixa alta de altura menor que a da maiúscula do texto; três linhas subpostas à primeira letra da palavra seguida de duas linhas no restante da palavra produzem o versal-versalete.

- Usando-se um processador de texto, faz-se uso das funções de marcar opções de destaque, como itálico, negrito, sublinhado ou versalete.

- A repetição do hífen na linha seguinte chamará a atenção do compositor e do revisor para uma palavra composta.

• Indexação

- Sumário: consiste numa ordenação não alfabética, limitada a uma organização temática da matéria de acordo com a sequência do livro. O índice constitui uma listagem alfabética da mesma sob os pontos de vista os mais variados: topônimos, assuntos, patronímicos etc.

• Tipos de índices

- O editor deve comunicar ao técnico elaborador do índice os tipos de referências deseja transmitir ao leitor, conforme a natureza da obra em questão. Pode conter índice geral ou vários índices.

- Índice único: em obras pequenas é preferível um índice único. Neste índice os assuntos devem ser separados pelo emprego de recursos tipográficos (itálicos, negritos, asteriscos etc.). Em obras mais complexas ou maiores, cabe a utilização de vários índices.

- Sequência de índices: a justificativa do desmembramento do índice, levando o leitor a uma múltipla consulta, está no caráter especifico de certas informações que se pretende transmitir, sistematizando-as em blocos.

• Ordenação alfabética

- Ordenação alfabética: faz-se utilizando o sistema de letra por letra ou de palavra por palavra.

• Aparato editorial

- A boa legibilidade de um índice pode muitas vezes depender do aparato de sinais, marcas e referencias que constitui verdadeiro guia para o leitor.

- Pontuação: as vírgulas só devem ser usadas entre os indicativos de paginas (275, 283) ou de grupos de páginas (257-259, 278-290). Não se recomenda a vírgula antes do cabeçalho principal.

- Excesso de subcabeçalhos: a economia de espaço não justifica a extrema concentração de informações, na forma de subcabeçalhos.

- Referências cruzadas: para evitar a concentração de grande número de indicações em poucos cabeçalhos, a solução é utilizar o sistema de referências cruzadas. Para cruzar as referencias utilizam-se, depois das remissões, as chamadas VER e VER TAMBÉM.

- Notas preliminares: notar preliminar na qual o editor indica e explica pormenorizada e claramente o emprego que se fez de cada símbolo. Processadores de texto e programas de edição contam com a função que facilita a confecção de índices, sem dispensar, porém, os cuidados de um operador humano.