Metáforas

Os dias vão se passando,
como numa puxada de linha de anzol.
O tempo vai pescando
e rasgando-os na eternidade.
Eu dentro dos dias,
com o peito aberto,
vou sofrendo as marcas
dos contratempos,
das barreiras do infortúnio;
para poder resistir.
E se faz calor ou se faz frio,
a esperança ainda me faz sorrir.
Mesmo manco na fé,
eu sei que pode crescer
a vontade de continuar.
O dia amanhece e as ruas esclarecem
Ainda atrás dos muros e das muralhas
têm um urso e um leão me aguardando.
Não é um circo
e nem zoológico.
São os meus problemas
em sentido figurado que querem me comer
(obstáculos pelo meio do caminho
que sobre minha Via-dolorosa
a cruz tem me reservado).
E no final do dia,
como um lutador vitorioso,
um troféu imaginário
por mim é levantado.
Porque guardei
aquilo que tem que ser guardado.
Um tesouro precioso
para não ser roubado
e ficar de fora do céu
...a minha fé.



 
Nota: Nossos problemas querem nos devorar, 
mas temos que domá-los ou então aniquilá-los
para cada dia sairmos campeões.

Dessa poesia nasceu mais duas. Leia também:


-Dom Quixote contra o Moinho de Vento

-Cão-Cérbero