Sutil como um javali

Havia um homem
Estava meio ranzinza
Talvez estranhando a vida
Ou vendo que acabava sua pedra-pome.

Mas não possuía fome.
Apenas a vontade a latejar.
Uma vontade de reclamar
Do fundo de sua alma disforme (se a tinha.)

Havia um garoto
Sutil como um javali
Ateve-se a observar o texto escroto
Que diante de seus olhos pareceu surreal (até para Dalí)
Como um javali... então deve ter dado um arroto!

Sutil como javali
A cutucar onça no dedo mesmo
E em em seio anseio de observar
Observou mais tarde
O texto estava pela metade.

Lá vai o garoto tempestade.
Sutilmente.
Primeiro comentário lá: irreverente.
"Se istrece não seu homi, si si istreçá, melhor ir pescá!"
E lá vai o garoto tempestade. Fazer tempestade em tampinha de coca cola
Nunca chegou perto da cola
Deve ser doidão por natureza.
"Moço, o texto tá pela metade
Sei que do seu estilo faz parte
Tu num vai consertar mais tarde
Mas eu sou a tempestade"

O problema foi jogado na cara
Até o cego viu
Mas em vez de solução
Só xingaram a puta que o pariu.

O garoto sutilmente olhou, percebeu, encostou.
Partiu.
A ponte.
Ponte que partiu! O garoto tempestade soltou um raio depois pensou que talvez fosse maldade.
E ficou olhando Dalí, e dali.
Sutil como um javali.


Título por: Willow [ uma grande "txia"]
Inspirado no texto decadência no recanto das letras
                                        (clique nome do texto para lê-lo)