O TEATRO ELISABETANO

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Estudos Literários

 

O teatro elisabetano ou isabelino (como é conhecido na Espanha) se refere às obras dramáticas de autores ingleses, escritas e interpretadas na Inglaterra durante a segunda metade do século XVI (1558) e o início do século XVII (1603). Varias características fizeram do teatro elisabetano, depois do teatro grego e do teatro medieval, um fenômeno distinto do que ocorreu no resto da Europa. Para começar, o autor inglês não tinha a obsessão de buscar temas clássicos greco-latinos, como assunto para suas peças (o que era natural na dramaturgia da época), pois sabia que seu público estava interessado nos assuntos oriundos da história da Inglaterra. Além disso, não havia uma separação entre o teatro sério, de inspiração clássica, e o teatro popular. Grandes autores ingleses trabalhavam com obras que deviam satisfazer gostos diversos. Por isso, havia a fusão de comédia e tragédia, juntando, assim, o trágico, o cômico e o novelesco. Além disso, Londres encheu-se de companhias teatrais que competiam entre si para atrair o público.

Às representações compareciam príncipes, gente de cultura, humildes artesãos, camponeses e crianças, para contemplar batalhas, crimes, paixões amorosas e divertidos desencontros. Isso, porque a entrada estava ao alcance de todos, se bem que com preços distintos. Thomas Platter de Basle depois de visitar o teatro The Curtain, em 1599, asim descreve a distinção de preços:

"O que fica de pé, embaixo, paga só um penique, mas se quer se sentar, entram por outra porta, onde pagam outro penique; se deseja se sentar sobre uma almofada no melhor lugar, de onde não só se vê tudo, senão que também pode ser visto, tem que pagar em uma terceira porta por outro penique."

Inspirado nos circos da época, o teatro elisabetano usava, no início, locais improvisados e abertos, como os pátios de hospedaria. Depois as companhias foram se estabilizando e começaram a ser construídos os primeiros teatros. O edifício teatral consistia em uma construção muito simples, de madeira ou de pedra, frequentemente circulares ou hexagonal, e dotados de um amplo espaço interno. Ao redor dispunham-se os balcões e as galerias (veja imagem acima do Globe Theatre); praticamente não havia decoração.

Os atores eram profissionais e recitavam no meio, não diante do povo, portanto, o público não era simples espectador, mas um participante do drama. Não havia atrizes, seus papéis eram interpretados por jovens atores que assumiam um tom de voz feminino. A ausência de decoração e de "efeitos especiais" melhorava a concentração na expressão gestual, mímica e verbal dos atores. Não existiam interrupções entre um ato e outro, já que era escassa a cenografia. O mobiliário e os objetos davam a localização da ação (um trono era a corte, uma mesa de taverna, uma taverna etc.).

O teatro isabelino era popular, mas tinha má reputação. As autoridades de Londres o proibiram na cidade, por isso que os teatros se encontravam do outro lado do rio Tâmisa, na zona de Southwark ou Blackfriars, fora das competências das autoridades da cidade.

Os mais expressivos representantes do teatro elisabetano foram: William Shakespeare, (1564-1616), poeta nacional da Inglaterra e maior autor dramático da literatura universal. Christopher Marlowe (1564-1593), escritor e dramaturgo britânico. Escreveu tragédias que fizeram dele o mais importante precursor de Shakespeare no teatro inglês. ®Sérgio.

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O Melodrama no Teatro.

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Informações foram retiradas e adaptadas ao texto de:

Robert PIGNARRE, História do Teatro (3ª ed., s.d.)

Barnard, R., Breve historia de la literatura inglesa, trad. P. Tejada

Wikipédia, Teatro Isabelino.

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