AUTORES E OBRAS DE NOSSO ARCADISMO

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ARCADISMO (SETECENTISMO) – De 1768 a 1808

 

JOSÉ INÁCIO DE [ALVARENGA PEIXOTO] (1743-1792)

Nome Árcade: Eureste Fenício

Poesia Lírico-Amorosa (musa-pastora Bárbara): "Obras Poéticas", coletânea de poesias reunidas por amigos e publicadas em Paris (1865), sob o patronato de D. Pedro II. Destacam-se os poemas Bárbara Heliodora (lira escrita na prisão) e Estela e Nize (soneto lírico-amoroso). Muito de sua obra perdeu-se quando o Governo confiscou-lhe os bens em consequência da Inconfidência Mineira.

FREI JOSÉ DE [SANTA RITA DURÃO] (1722-1784)

Poema Épico: "Caramuru" (Lisboa, 1871), poema que exalta o descobrimento e a conquista da Bahia por Diogo Álvares Correia (Caramuru). Composto à imitação direta de Os Lusíadas, de Camões, sem, entretanto, utilizar-se da mitologia pagã. São dez cantos, escritos em versos decassílabos e oitava rima camoniana. Obedece à divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo.

MANUEL INÁCIO DA [SILVA ALVARENGA] (1749-1814)

Nome Árcade: Alcindo Palmireno

Poema Heroico-Cômico: "O Desertor das Letras" (1774), publicado em Coimbra, sob o patrocínio do Marques de Pombal. O poema enaltece as reformas universitárias pombalinas.

Poesia Lírico-Amorosa (musa-pastora Glaura): "Glaura", coletânea de poemas madrigalescos, sua obra mais conhecida. Publicada em Lisboa no ano de 1779 e dedicado a sua musa-pastora.

JOSÉ [BASÍLIO DA GAMA] (1741-1795)

Nome Árcade: Termindo Sipílio

Poema Épico: "O Uraguai" (1769); a obra mais importante de Basílio, narra a luta dos índios de Sete Povos da Missão (no Uruguai) instigados pelos jesuítas, contra as tropas portuguesas auxiliadas pelos espanhóis. O trecho mais conhecido é o que descreve a morte de Lindoia, a índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, assassinado pelos inimigos.

No aspecto formal, Basílio quebra a estrutura camoniana compondo a obra em versos decassílabos brancos, sem rima, não é dividido em estrofes e consta de apenas cinco cantos. Mas apresenta à divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo, embora inicie o poema pela narração.

CLÁUDIO MANUEL DA COSTA (1729-1789)

Nome Árcade: Glauceste Satúrnio

Poema Épico: "Vila Rica" (1837), o poema narra, desde a fundação, a história de Vila Rica, atual Ouro Preto e exalta os bandeirantes.

Poesia (musa-pastora Nise): "Obras Poéticas" (1768), considerada como a primeira obra árcade brasileira. Compõem-se de sonetos perfeitos na forma e na linguagem, porém, sem profundidade em relação ao conteúdo.

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)

Nome Árcade: Dirceu

Poemas Satíricos: "Cartas Chilenas", obra composta em versos decassílabos brancos com a estrutura de uma carta, que circularam em Vila-Rica (Ouro Preto) pouco antes da Inconfidência Mineira (1789). Satiriza, ferozmente, os desmandos e a arbitrariedade do Governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência.

Poesia Lírico-Amorosa: "Marília de Dirceu", publicada em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812. Coletânea de liras inspiradas em seu romance com Maria Dorotéia (Marília). Apresenta-se dividida em duas partes: a primeira escrita quando ainda em liberdade, e a segunda durante os sofrimentos do cárcere. ®Sérgio.

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Para Saber Mais: Nicola, José de. Literatura Brasileira das origens até nossos dias. Scipione, São Paulo, 1966. / Bosi, Alfredo – História Concisa da Literatura Brasileira, 3ªed., São Paulo, Cultrix, 1988. / Coutinho, Afrânio. Aspectos da Literatura Barroca. Rio, s. editora, 1950.

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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 26/10/2010
Reeditado em 26/12/2011
Código do texto: T2580085